O Evangelho de Mateus 26:59-63

Os chefes dos sacerdotes e todo o Sinédrio estavam procurando um depoimento falso contra Jesus, para que pudessem condená-lo à morte. Mas nada encontraram, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Finalmente se apresentaram duas que declararam: “Este homem disse: ‘Sou capaz de destruir o santuário de Deus e reconstruí-lo em três dias’”. Então o sumo sacerdote levantou-se e disse a Jesus: “Você não vai responder à acusação que estes lhe fazem?” Mas Jesus permaneceu em silêncio. O sumo sacerdote lhe disse: “Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos”. - Mateus 26:59-63

A passagem de Mateus 26:59-63 revela um momento profundo e significativo no julgamento de Jesus, onde o silêncio se torna uma poderosa forma de testemunho. Vamos refletir sobre esse trecho, sua relevância e o que podemos aprender com ele.

 A Busca por um Depoimento Falso

O Sinédrio, composto pelos principais líderes religiosos da época, estava determinado a encontrar uma acusação que pudesse levar à condenação de Jesus. A ironia aqui é palpável: enquanto buscavam incriminá-lo, eram eles quem se expunham à verdadeira injustiça. A busca por falsas testemunhas e a dificuldade em encontrar uma acusação coerente contra Ele evidenciam que a verdade não estava ao lado dos acusadores.

 O Silêncio de Jesus

A escolha de Jesus em permanecer em silêncio diante das falsas acusações é profundamente significativa. Ele já havia demonstrado seu conhecimento das Escrituras e sua capacidade de confundir seus opositores em confrontos anteriores. No entanto, neste momento, Ele opta por não se defender. Esse silêncio não é uma rendição; ao contrário, é uma afirmação de sua missão. Jesus sabia que sua entrega ao sofrimento e à morte era essencial para a salvação da humanidade.

 A Paródia da Justiça

A cena do julgamento de Jesus é um exemplo trágico de como a justiça pode ser pervertida. Os líderes religiosos, que deveriam ser defensores da lei e da verdade, estavam dispostos a manipular as circunstâncias para atingir seus objetivos. A "justiça" que eles buscavam não era a verdadeira justiça de Deus, mas uma conveniência que servisse aos seus interesses pessoais e à manutenção do poder. Essa situação nos faz refletir sobre as injustiças que ainda ocorrem em nossa sociedade e sobre a responsabilidade de nos posicionarmos em favor da verdade.

 O Chamado ao Silêncio Reflexivo

O apelo à reflexão em nossa própria vida é claro. Assim como você mencionou em sua oração, muitas vezes nos deixamos levar por palavras impensadas, tentando defender o que acreditamos ser justo. O exemplo de Jesus nos desafia a encontrar a sabedoria do silêncio. Existem momentos em que falar pode não ser a melhor resposta; é no silêncio que podemos ouvir a voz de Deus e discernir a Sua vontade. Além disso, o silêncio pode ser uma poderosa forma de protesto contra a injustiça.

 Oração de Reflexão

A oração que você compartilhou expressa a busca por transformação e um coração que anseia por justiça divina. É um pedido para que Deus nos ajude a agir com sabedoria e a silenciar quando necessário, sempre colocando em primeiro lugar Seu Reino e Sua justiça.

Oração

Meu Senhor, perdoe-me por tantas palavras injustas e tolas que tenho proferido. Tantas vezes, mesmo defendendo o que eu pensava ser a justiça, eu deveria ter guardado silêncio. Ajude-me, Pai, a ser como Jesus, buscando sempre, acima de tudo, o seu Reino e a sua justiça. Em nome de Jesus eu oro. Amém.

 Conclusão

Em um mundo onde a voz da injustiça muitas vezes parece ser a mais alta, somos lembrados do poder do silêncio e da verdade que Jesus exemplificou. Que possamos aprender a confiar em Deus para nos defender e a buscar Sua justiça acima de nossas próprias agendas. Ao permanecer perto de Jesus, encontramos não apenas conforto, mas também a coragem de nos manter firmes em meio às tempestades da vida. Que o Espírito Santo nos guie na prática de uma fé silenciosa, mas firme, que testemunhe o amor e a justiça de Deus em todas as circunstâncias.